CARACTERÍSTICAS DA ECONOMIA RURAL
O
Processo agrícola típico é um processo de produção natural. “Os recurso
naturais são os verdadeiros atores do processo, enquanto os fatores de produção
– serviços de capital e do trabalho – entram como espécimes de agentes
magnificadores de um processo natural”.
O
início do processo de desenvolvimento econômico se dá quando o homem dá início
à sua ação magnificadora aumentando a produção agrícola natura. Quanto mais
elevado o estágio de desenvolvimento, mais intensa a ação magnificadora. A
participação complementar dos fatores de produção usados em adição ao recursos
naturais tem a função de simplesmente ampliar a produção natural. Os fatores
natural são os verdadeiros determinantes da produção rural, que os fatores
adicionados somente ampliam.
A
principal energia usada nos processos agrícolas é a energia solar que é
fornecida a cada ponto da terra em um ciclo anual bem definido. A quantidade de
energia solar que incide em cada ponto onde se verifica um processo de produção
agrícola depende da reflexão e da absorção na atmosfera, sendo uma variável
aleatória que apresenta grande variância. A variação do fluxo de energia solar
absorvido pela atmosfera é há um tempo causa e efeito dos fenômenos
metereológicos (fluxo de chuva, a direção e intensidade dos ventos e os níveis
de temperatura e umidade), fatores que influenciam fortemente o nível de
produção dos processos agrícolas típicos. Dessa forma, a existência de fatores
não sujeitos ao controle pelo homem e que são importante na determinação do
nível de produção dos processos agrícolas coloca a quantidade produzida por
esses processos fora de um controle determinístico.
Nessas
circunstâncias vê-se que um modelo construído com base na suposição de um fluxo
constante de insumos e de um fluxo constante de produto não representa bem o
processo de produção agrícola, que é mais bem representado por injeções
instantâneas dos insumos controlados pelo homem e por uma produção concentrada
num instante do espaço do tempo.
A
participação apenas complementar do homem nos processos de produção agrícolas
traz como resultado um baixo grau de sensibilidade do produto final em relação
as alterações no processo de produção.
As
economias de escala limitam-se praticamente a eliminação de indivisibilidades
nos fatores de produção que entram indiretamente na produção.
PECULIARIDADES DO SETOR RURAL
Pelas
peculiaridades do setor rural (dispersão do espaço de produção, descontinuidade
do fluxo de produção, duração do ciclo produtivo, perecibilidade dos produtos,
especificidade biotecnológica e risco climático), a atividade agrícola,
inobstante todo desenvolvimento da economia, é uma realidade sem teoria. A
agricultura e a indústria não podem ser explicadas por uma única lei, a lei da
produção capitalista, baseada, fundamentalmente, na economia industrial.
A
relação entre espaço rural e território total depende de uma série de variáveis
tais como qualidade do solo, pressão populacional, relevo, maior ou menor
presença de latifúndios, oportunidades de comércio e várias outras. Dentre estas,
destaca-se as condições climáticas pois, na maioria dos casos, ou a produção
rural se adapta ao clima presente num certo local ou, ali, simplesmente
inexiste.
Em
razão da desigual qualidade das terras, da maior ou menor proximidade dos
centros consumidores, processadores ou exportadores, das adversidades do clima
ou das dificuldades oferecidas pelo relevo, fica evidente que a atividade rural
se apresenta geograficamente dispersa.
Como
os preços praticados nesses mercados, para produtos idênticos, independem do
local onde foram produzidos, quanto mais despesa e distante a região produtora,
menores tenderão a ser os preços efetivamente recebidos pelos produtores, que
acabam suportando os correspondentes custos de transporte, ou o que é mais
comum, o mercado varejista repassa estes custos para o consumidor final.
A
descontinuidade do fluxo de produção impõe sobre a economia como um todo,
situações que devem ser bem observadas. A produção e as atividades rurais
tornam-se descontínuas e concentradas em épocas específicas. Isto acarreta
problemas junto aos produtores, acarretando aumento de preços e salários,
condicionando aumentos nos custos de produção, com possível decréscimo da
competitividade da atividade.
A
sazonalidade da produção implica em paralisação temporal (enquanto perdurar a
entressafra) de terras, armazéns, tratores, colheitadeiras e de mão-de-obra,
ocasionando por um lado elevação dos custos e por outro lado, ociosidade da
mão-de-obra com consequentes problemas sociais.
Pelo
fato da produção rural ter caráter biológico, a duração do ciclo produtivo é
bastante rígida e a ela devem submeter-se o produtor e a organização do seu
empreendimento. Esse ciclo somente pode ser acelerado ou retardado dentro de
limites muito estreitos (emprego de variedades precoces ou tardias, uso de
fertilizantes específicos, etc), mas jamais interrompido e posteriormente
reiniciado.
A
perecibilidade dos produtos implica maiores custos de transporte. Armazenamento
e conservação. Demonstrando que o desenvolvimento em determinado lugar nem
sempre é possível expandi-lo geograficamente de forma genérica, tornando-se por
base o setor rural.
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